Nave-Mãe. Nosso símbolo, onde tudo começou

Viver a essência do Voador e se conectar com o que fazemos aqui passa por conhecer a história dessa casa e da terra.
Quando a propriedade chegou em nossas mãos em 2011 – era conhecida como Sítio do Paturi –, o sonho era torná-la a morada da família. Planos feitos, obras iniciadas. Tudo parecia encaminhado, porém não tínhamos ideia da configuração ambiental da área. Uma unidade de conservação (UC) de proteção integral estava sendo formada.
Passamos por todos os temores da desinformação e pré-conceitos sobre órgãos públicos e vivemos um embargo na obra. Por dois anos, não conseguimos mudar a direção e perceber a grande oportunidade que se apresentava.
Foi preciso uma mudança radical nas nossas vidas pessoais para renovarmos o olhar, não somente sobre a obra, como sobre a propriedade. E abraçamos o desafio de fazer desse limão uma bela limonada.
No reconhecimento da abundância da Natureza ali presente, resgatamos em nós a potência que esse recurso tem. E, ao percebermos as dores de quem estava longe Dela, das famílias e, principalmente, das crianças, vislumbramos a criação de um santuário. Assim nasceu o projeto do Voador.
E com toda a certeza dentro dos nossos corações, procuramos, em 2014, a Fundação Florestal, órgão gestor da UC, e iniciamos uma bela parceria de desenvolvimento de um modelo de negócios alinhado aos interesses da unidade e com potencial de ser um modelo replicável em parques.
Assim, em 2017, após 3 anos de projeto, recebemos a anuência para tirar o Voador do papel. Investimos no hotel de barracas e aos poucos fomos ocupando a Nave Mãe com os recursos disponíveis, honrando cada memória que viveu ali.
Costumamos dizer que ela é o nosso símbolo, pois estamos tão em construção quanto ela. Passamos a aceitar cada tijolo exposto, cada encanamento descoberto e desvendar a beleza que existe em empreender e realizar grandes ideias.
Hoje, ela é nosso centro de convivência, totalmente integrada e viva. Mesmo dentro, estamos fora. A experiência ainda é outdoor. Protege da chuva, garante a programação e as sonecas, encanta com suas vistas.
Ela nos acolhe e a gente acolhe ela.
Quando olhamos para essa complexidade e buscamos respostas, uma nova educação aparece como o caminho mais certeiro para a transformação.
Nossa conexão com esse lugar sagrado, que tanto nos acolhe, transborda da responsabilidade ambiental para a construção de uma nova forma de viver.
Nosso compromisso é adaptar ou criar nossas necessidades a partir de diretrizes e métodos de baixo impacto.
A eficiência energética sempre foi um sonho. Recentemente tornamos a energia solar nossa realidade. Um recurso totalmente renovável, não poluente, de longa vida útil e muito, mas muito inteligente, já que moramos num país privilegiado de clima e insolação.
Um investimento que veio de parceiros que acreditam no nosso trabalho e que expande para o nosso planeta. Um passinho de cada vez. Assim vamos construindo e realizando nossos projetos. Cada conquista é celebrada! Voa Voador!
Estamos numa Unidade de Conservação

Um patrimônio natural pertinho de São Paulo.
Nosso santuário está localizado no Monumento Natural Estadual da Pedra Grande, unidade de conservação de proteção integral que engloba os municípios de Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Mairiporã e Nazaré Paulista.
Alguns números interessantes:
* A área total do Voador é de 550.000m².
* 85% possui cobertura vegetal nativa, ou seja, floresta.
* 6% é área antropizada, isto é, já sofreu ação humana e está consolidada para uso de lazer e residência.
* 9% possui plantação de eucaliptos dos antigos proprietários. Nessa área, iremos realizar o manejo e recuperação florestal por meio da agrofloresta e será a expansão de outros formatos de hospedagem (ouvi dizer que uma delas é casa nas árvores, shhhhh).
Diante se tanta abundância, não é à toa que Atibaia recebeu o título de um dos melhores climas do mundo. Um pulmão pulsante, do ladinho da maior cidade brasileira com déficit de natureza.
Dado o recado, fica o convite: Vem respirar com a gente!
Gestão de resíduos, cuidando da terra

A gestão de resíduos é compromisso do Voador como responsabilidade em destiná-los da melhor forma possível e contribuir com o processo de conscientização e educação, gerando riqueza para o solo.
Nossos banheiros secos nos dão a oportunidade de respeitar a água e repensar o saneamento. O nosso sistema é bem simples, demonstrando que a escolha fala mais sobre atitude do que tecnologia. O material coletado nos banheiros é submetido à armazenagem em alta temperatura, eliminando assim, as bactérias patógenas. O adubo é destinado para a área de reflorestamento, nutrindo as espécies nativas em desenvolvimento.
Já os nossos resíduos orgânicos não cozidos são tratados por meio da composteira e biofertilizante líquido, gerando adubos que direcionamos para a nossa horta. Além desse uso mais comum, o biofertilizante pode ser usado no auxílio no saneamento e no combate às formigas.
O destino dos demais resíduos - recicláveis, cozidos e rejeitos - são destinados à uma central da região, cuidada pelas Associações União da Serra e Amaserra, da qual fazemos parte. Uma articulação com cooperativas que se comprometem com um encaminhamento correto e alinhado com os interesses da unidade de conservação Monumento Natural Estadual da Pedra Grande (MONA), onde o Voador está inserido.
Aos poucos, vamos diversificando as soluções baseadas na permacultura. Há um caminho longo pela frente. Uma mudança significativa requer hábitos enraizados, que acompanham o processo do educar-se, em constante movimento.
Nosso projeto de Agrofloresta, reflorestamento de 2,5 hectares

Desde outubro de 2022, iniciamos um laboratório inovador que irá regenerar uma área de 25.000m² (2,5 hectares) com o método da agricultura sintrópica.
Sonhamos com a regeneração, a nossa autossuficiência alimentar e um modelo econômico diverso de produtos e serviços como cursos e capacitações.
Estamos recebendo em nossa propriedade uma compensação ambiental que baseia-se em um estudo de que a recuperação de uma área degradada com agrofloresta se dá 7 vezes mais rápida do que no método convencional de plantação de mudas nativas da mata atlântica.
Para quem se relaciona com os órgãos reguladores, sabe que espécies exóticas nunca foram bem-vindas e essa é uma grande oportunidade de revisitar e testar novas formas de regenerar. Fiscalizado pela Cetesb, em parceria com a Fundação Florestal, esse projeto é um protótipo e cada etapa será estudada a fim de beneficiar outras iniciativas como a nossa. Somado a isso, o fato de estarmos inseridos em uma unidade de conservação cria condições favoráveis para estabelecer parcerias alinhadas com o poder de transformação da proposta.
Em parceria com o engenheiro agrônomo Wagner Magalhães, da consultoria Alhambra, vamos desenvolver um modelo que amplia a perspectiva da produção dos alimentos orgânicos, traduzindo a educação sistêmica que tanto aprendemos na teoria com a maravilhosa Mônica Passarinho.
É hora de colocar em prática tudo o que já nutrimos desde 2014. Um projeto socio-ambiental dentro de uma unidade de conservação que busca despertar a consciência das nossas ecologias interna e externa.
DÁ UMA OLHADA AQUI NAS AÇÕES JÁ REALIZAMOS DESSE PROJETO =)
O projeto contempla na primeira fase 05 módulos, que representam uma área de 25 mil metros², ou seja, 2,5 hectares.
2022: iniciamos a retirada dos eucaliptos e a formação dos canteiros. Como essa área ficou abandonada por muito tempo na gestão dos antigos proprietários, sem manejo, o solo estava precisando de uma boa adubação verde.
Uma curiosidade! Você sabia que cada pé de eucalipto suga 30 litros por dia de água do manancial hídrico? Pois é, o eucalipto é uma exótica danosa ao ecossistema, além de tornar a terra estéril por conta das propriedades de suas folhas. Por isso, a etapa de adubação natural foi necessária.
02 de fevereiro de 2023: após a adubação verde que serviu de base para o manejo e formação das placentas, iniciamos o plantio, no primeiro módulo, de 800 mudas.
Mamão, banana, mandioca, palmito juçara, goiaba, araça, cereja rio grande, jenipapo, marmeleiro, pitanga, castanheira, aroeria, entre muitas outras.
O plantio do próximo módulo começa em agosto, quando também iniciaremos a trasnferência de conhecimento, com cursos e oficinas. Esse laboratório expande da terra para as relações, cultivando uma rede disposta a compartilhar saberes e mão na massa =